quarta-feira, 19 de agosto de 2015

a tua foz


Pelos moinhos do meu coração
rolou uma pedra perdida
das paredes de palavras,
erguidas como guardiãs
do arco que fez o vento…

Na curva da porta entreaberta
criou raízes
nas raízes da roseira
de metáforas
quase perdidas de saudade
e fez-se Deus dos campos
poéticos…

Estava escrito…

Por um beijo eterno seria
capaz de abrir as asas das palavras,
como se os castelos de sonhos
fossem cúpulas cúmplices
e sencientes
a roçagar os lábios
ao som de um bolero
e incentivar ao voo…

Enquanto espero o som da tua voz
seguro a pedra junto ao peito
com carinho
sem perder de vista
a tua foz.

Rosa Alentejana Felisbela
19/08/2015
(imagem da net)

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