quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Rastilho aceso


Tu sabias do espaço exíguo
onde dependurava a memória ardente
dos teus lábios

sabias do caminho obstruído
pela luminosidade do poente
presa na flor-da-laranjeira

e sabias da música plangente
que ficou depois da desordem
dos sentidos

e já sabias do sopro distante
das tuas mãos ao pousarem
levemente nos pátios
abertos dos meus ombros

mas insististe no rastilho aceso
na palha seca do meu nome
e no silêncio chorado
-única pétala de inocência-
florida nos meus olhos!

Rosa Alentejana Felisbela
28/09/2017
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário