quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Negra náusea


Há um ciclo de sangue
a esvair-se
lentamente

e da mão aberta
desdobra-se
a solidão

dissolve-se
o gesto
ausente de ternura

e a eterna procura
da pedra dura e lisa
onde a nuca
adormeça
com a divisa:

jazem as espáduas
o peito e o ventre
sossega a sofreguidão
de sofrer

e é negra a náusea
e o sorriso morre
de tanto anoitecer.

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário