sábado, 31 de dezembro de 2016

novo ano


Pintura na moldura
do passado desencantado

coberto com a ortografia
da coroa da desesperança

Pincelada cinzenta
enraizada

e um suspiro de letargia
na lembrança

Mas
acende-se o sol a um canto
do quadro quadrado da vida

e cada palavra decalcada
assume um bucólico encanto

Uma árvore prisioneira
da terra

move os braços e raízes
e escava as entranhas do monte

acoberta a fonte pura – sem mácula-
bebe da palete da ternura
a magia

e emerge coberta de flores
no trono do novo ano

cobrindo o céu azul
de um novo dia de poesia!

Rosa Alentejana Felisbela

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