quarta-feira, 20 de julho de 2016

Mnemónica


A sós com as gotas de orvalho, abertas à madrugada, sintonizei a memória com a onda da última palavra do dicionário de um olhar…música fadada para a saudade do abraço. A brisa silenciou os acordes das fábulas cobertas de escolhas, pousadas sobre as pétalas da rosa em botão e, no rodopio do ar, emudeci o fragor dos rios que o costume traçou. A indiferença revelou-se pecado mordido na maçã-de-Adão. Ainda repito a mnemónica aprendida por força do orgulho, para não esquecer que o talento não chega para ser atriz. E atiro-me da ponte suicida do nascer do sol ao voo que abre a palavra boreal para um novo poema, enquanto a rosa perfuma os meus sentidos…

Rosa Alentejana Felisbela
(foto minha)

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