domingo, 17 de fevereiro de 2019

Da falta que sinto


Tenho frio:
sopro para as mãos
em concha,

mas a náusea,
o vazio
escavam-me a pele

em caminhos vãos
de terra húmida
de húmus humano

e de silêncio quebrado
pelo canto gritado
do pássaro negro

sobre o cedro
e o pranto…ai o pranto
é espinho cravado na garganta

e as lágrimas
(tantas!)
toldam-me a visão

e a razão
esvai-se
num segundo

voltando depois
do bombear arrítmico
do coração

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)

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