terça-feira, 8 de agosto de 2017

Simplesmente sem perdão


Fome. Tanta fome nas mãos:
de gratidão,
de amor, de frontalidade…

Comem-se amargamente
as letras ensopadas
de certezas. Uma pitada
de melancolia tempera a vida
- sem sal -

O descuido transborda
na panela que consola “online”
e os “usuários” lambuzam-se
na oração que precede a refeição:
a cruz fica no rosto
em sinal de fé
- perdida -

Por fim, mais um poema
na arte peregrina
da vida.

Os joelhos ensanguentados,
as palmas das mãos doridas
de tanto tentar expiar os pecados…

E tudo justifica o silêncio
- sem perdão -

Rosa Alentejana Felisbela
06/08/2017

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