sábado, 24 de junho de 2017

Professor com orgulho


Em dia de exame escolar
é distribuído o serviço
Enquanto a uns cabe ir vigiar
aos suplentes, cabe o paraíso

Paraíso na sala de professores
onde existe o ar condicionado
Uns tiram fotocópias a cores
outros de computador ligado…

Ligado deve estar o par
de vigilantes, em sintonia
Mas sem telemóvel para jogar
acabam-lhes com a alegria!

Alegria era todos saberem
exatamente as suas funções
para ao secretariado pouparem
algumas tolas confusões…

Confusões não são permitidas
na escrita do nome da disciplina
no código, no horário, nas tolerâncias
tudo no quadro, com caneta fina.

Fina ou grossa que seja a voz
de quem, à porta, faz a “chamada”
Preciosa é a ajuda veloz
de quem os senta em linha “serpenteada”

“Serpenteada” e sem enganos
tal como a leitura das “advertências”:
a tinta indelével, todos os anos,
e os procedimentos para as desistências.

Desistências (ou não) preenchem o cabeçalho
com a assinatura, a fase, a versão
e por vezes é o “cabo do trabalho”
quando esquecem o cartão de cidadão!


Cidadão é agora o professor
que abre o saco com a tesoura
distribuindo o exame, sempre ao dispor,
dando esclarecimentos com brandura

Brandura característica da primeira hora
que decorre sem qualquer transtorno
Marcham ligeiros, os professores agora
sem ligar se o dia está frio ou morno

Morno que passa a quente e a descambar,
a marcha torna-se então lenta…
A ciática a doer, os rins a fraquejar
e a bexiga cheia que já “apoquenta”

Apoquenta também o calor
e a sede. A fome é já tamanha
que o som do estômago é um pavor,
mira-se uma cadeira, com manha…

Manha acobertada, acabam
por se sentar à vez
encostados ao cotovelo (já sonham)
em sair dali…que insensatez!

Insensatez a dos “moços” que ficam
mais a meia hora de tolerância
E o calor, a fome, o sono marcam
mais uma missão cumprida de vigilância!

Rosa Alentejana Felisbela
24/06/2017
(imagem da net)

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