domingo, 18 de setembro de 2016

Pega monstros


Havia nos tempos de infância um produto para brincar que se chamava “pega monstros”. Basicamente era uma massa gelatinosa colorida, com propriedades muito interessantes, pois conseguia-se moldar, esticar e transformar no que nos apetecesse. Incomodava-me o facto de ser “pegajosa”, mas divertia-me com ela. Este produto foi inventado, ao acaso, em 1941, quando um cientista tentava criar uma borracha sintética. O resultado da mistura foi aquela “pasta” que se atirava à parede (ou a outro local qualquer) e ficava colada, muitas vezes deixando marca (para desespero das nossas mães)!
Não resisti a imaginar a semelhança com certos seres humanos.
Somos também feitos da “mesma massa”, podemos ter diversas formas e cores. Há ainda os que se mascaram de cores garridas, para serem mais apelativos, e os que assumem moldes para conseguirem o que querem! Esticam os seus limites e transformam as vidas numa festa onde a elegância esconde a sua verdadeira essência. Por vezes, deparamo-nos com os “pegajosos”, que se agarram a nós como lapas, sem nos deixarem respirar! Todos deixam marcas. Pergunto-me se poderíamos passar sem algum destes “tipos”. E chego à conclusão que não, a vida traz-nos cada um a seu tempo para aprendermos com eles. Mas confesso-vos: às vezes, apetece-me atirar alguns “à parede” para testar a minha pontaria. Só não o faço com receio de acertar no “olho” de alguém e tinha logo a ASAE à porta a dizer que é um brinquedo perigoso!

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

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