sábado, 29 de julho de 2017

da indiferença


E a cegonha
cega de indiferença
segue o rumo
rio acima
num retrocesso grave
e desumano

marginalizando a folha
que pensa
nos raios de sol
caídos a prumo
sobre o seu coração

exorcizando
as palavras
de amor profano

e suas asas brancas
desenrolando
sibilam uma lágrima
baixinho

pousando
na árvore da sapiência
recuperando o ninho

seus filhos cuidando

como se a sua alma
ainda tivesse salvação!

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

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