quarta-feira, 6 de maio de 2020
“Não te amo”
Deixa-me estar no silêncio
branco ou bege
do meu recanto
Não quero um indício
azul ou verde
de mar de encanto
Quero a minha almofada
fofa e quente
Não quero esse mar de gente
Quero ficar só
sem voz nem palavra
Não tenhas dó…
Nem faças da música
a minha miragem
Quero esta minha linguagem
Triste e bucólica
Quero-te à margem
sem rei nem roque
sem lógica
Deixa-me ficar suspirando
Tu não entendes
o meu pranto
Não te quero vestido de
preto ou branco
Quero os meus olhos
limpos e francos
como tu não sabes ser
Bastar-te-ia dizer
“não te amo”
E eu voltaria a viver
sem mágoas o mergulho
da vida, constante…
06/05/2020
Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
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