quinta-feira, 14 de maio de 2020

Dos dias ridículos de amor


Tenho o coração
na concha das minhas mãos,
pulsando ao sabor do céu.

Recolho o pó estelar
e faço-o brilhar
como as asas de um anjo.

Apago a cor do breu
e pinto um arco lindo,
o meu sorriso
refletindo os olhos teus.

Só eu tenho o poder
de te escutar os silêncios
e sobre as nuvens
percorrer
todas as distâncias.

Não te entrego o coração
dá-me agora
a tua atenção
não vás embora ainda.

Dou-te a minha semente
leva-a contigo, é um presente,
e planta-a com carinho.

Verás como irá crescer
mais alta que o pensamento
pois o amor é flor
que deve ser regada
sem qualquer fingimento.

Escreve-a agora num papelinho,
depois dobra o canto do “sim”
para me sentir amada
e sopra-mo ao ouvido…
devagarinho…eu ilumino-te
a estrada…

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
14/05/2020

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