segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Porto – Igreja da Sé – 02 de agosto de 2016
Sabe-me a pedras cinzentas
na tranquilidade da manhã
mas o miradouro é isco
para o dia do Douro
Apanho perfumes
colhidos do mar e nego
os caminhos a suspirar
“outroras”
Almejo sinceridades
nas talhas douradas
onde floresciam vínculos
Sento-me nos bancos
que a madeira desgastou
de tantas orações
Gasto passos
nas lágrimas e prometo
que as velas arderão
ainda que a aleluia não traga
redenção!
Rosa Alentejana Felisbela
sábado, 24 de setembro de 2016
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Anjo
Na página branca de abraços
aberta ao intento a que vim
respiram letras
apertam-se versos
desfiando pérolas
no rosário do peito nu
contam-se e
afirmam-se concordâncias
discordam sujeitos
e verbos
na sequela da sabedoria
dos olhos
de querubim
Rosa Alentejana Felisbela
aberta ao intento a que vim
respiram letras
apertam-se versos
desfiando pérolas
no rosário do peito nu
contam-se e
afirmam-se concordâncias
discordam sujeitos
e verbos
na sequela da sabedoria
dos olhos
de querubim
Rosa Alentejana Felisbela
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Coimbra – Sé Velha – 30 de julho de 2016
domingo, 18 de setembro de 2016
Pega monstros
Havia nos tempos de infância um produto para brincar que se chamava “pega monstros”. Basicamente era uma massa gelatinosa colorida, com propriedades muito interessantes, pois conseguia-se moldar, esticar e transformar no que nos apetecesse. Incomodava-me o facto de ser “pegajosa”, mas divertia-me com ela. Este produto foi inventado, ao acaso, em 1941, quando um cientista tentava criar uma borracha sintética. O resultado da mistura foi aquela “pasta” que se atirava à parede (ou a outro local qualquer) e ficava colada, muitas vezes deixando marca (para desespero das nossas mães)!
Não resisti a imaginar a semelhança com certos seres humanos.
Somos também feitos da “mesma massa”, podemos ter diversas formas e cores. Há ainda os que se mascaram de cores garridas, para serem mais apelativos, e os que assumem moldes para conseguirem o que querem! Esticam os seus limites e transformam as vidas numa festa onde a elegância esconde a sua verdadeira essência. Por vezes, deparamo-nos com os “pegajosos”, que se agarram a nós como lapas, sem nos deixarem respirar! Todos deixam marcas. Pergunto-me se poderíamos passar sem algum destes “tipos”. E chego à conclusão que não, a vida traz-nos cada um a seu tempo para aprendermos com eles. Mas confesso-vos: às vezes, apetece-me atirar alguns “à parede” para testar a minha pontaria. Só não o faço com receio de acertar no “olho” de alguém e tinha logo a ASAE à porta a dizer que é um brinquedo perigoso!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Viagem
Pedro e Inês
Coimbra, 31 de julho de 2016
Pedro e Inês
Deitando os olhos
pelo Claustro amargurado
só o perfume das rosas
acalma
o meu desejo
adorado
Suplico a Deus a lembrança
do teu abraço rendido
e rogo aos arcos
a esperança
de te trazer de volta,
meu abrigo
Entrando meus olhos
no pátio todo
percorrendo azulejos e fontes
apenas o murmúrio do rio
lateja desenfreado
nas minhas frontes
Ah! Saudade de rosa carmim
que em meu peito transbordaste!
Completa o coração daquele
que de mim Tu tiraste!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Pedro e Inês
Deitando os olhos
pelo Claustro amargurado
só o perfume das rosas
acalma
o meu desejo
adorado
Suplico a Deus a lembrança
do teu abraço rendido
e rogo aos arcos
a esperança
de te trazer de volta,
meu abrigo
Entrando meus olhos
no pátio todo
percorrendo azulejos e fontes
apenas o murmúrio do rio
lateja desenfreado
nas minhas frontes
Ah! Saudade de rosa carmim
que em meu peito transbordaste!
Completa o coração daquele
que de mim Tu tiraste!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Jocosas?
Hoje tenho uma foto nova
para colocar no meu perfil
junto com uma nova trova
e penso que é mesmo “baril”
Escolho com muito critério
as palavras a introduzir
para desvendar o tal mistério
que agora me faz sorrir
Sei que és bastante “ousado”
e que preferes ficar oculto
mas para quê ficares calado?
Torna-te mas é num adulto!
Ai essa coragem deslavada
esse olhar escondidinho
a frontalidade tão abalada
será porque és um velhinho?
Comprarei a coragem na feira
a ti a entregarei com delicadeza
Gostava de te ver à minha beira
com a tão apregoada afoiteza!
Abrirei o saco do chá que acalma
e deixarei a infusão fazer efeito
não te quero com um trauma
e até mereces o meu respeito!
Mas porque ocultas o teu rosto
se nada tens para esconder?
Ainda penso que és um “encosto”
e fujo e corro a bom correr!
Acaso achas que és uma ilha
isolada do mundo inteiro?
Eu percorro milha por milha
para ter um amigo verdadeiro!
Já sei que muitos se vão rever
nestas palavras tão jocosas
Pode ser que fiquem a saber
como lidar com certas “rosas”
Rosa Alentejana Felisbela
(este texto não pretende ridicularizar ninguém nem tem "dono" específico, apenas me apeteceu fazer algo diferente)
-imagem da net-
domingo, 11 de setembro de 2016
Cuida
sábado, 10 de setembro de 2016
Raizes
As raízes são os alicerces de uma árvore. Sem elas jamais suportaria as vicissitudes dos tempos. Quantas vezes, as intempéries retorcem o tronco, quase arrancando-a do solo. É preciso muito amor do Criador para que vingue por longos e longos anos. O valor que lhe é atribuído reside no coração de quem sente. Perdoar é uma virtude ao alcance de poucos.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Idade
Que mão é esta?
Que mão é esta que envelhece de razões perdidas? Que mão é esta que reza a um Deus bondoso, mas que solicita para si todas as benevolências? Que mão é esta que maltrata as próprias células epidérmicas indefesas? Que mão é esta que denigre o nome que os vasos sanguíneos floriram? Que mão é esta que agride ao invés de acarinhar? A vida é o instante que fica entre o que damos e o que recebemos.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Morte
Só quando o chão abre a boca e engole os que amamos sabemos valorizar o ombro que caminha ao nosso lado. Somos tão pouco, perto das quezílias e questiúnculas. Um coração amargurado nunca tornará a ter a cor vermelha do sangue, antes permanecerá negro. Se te derem a mão, entrecruza os dedos e absorve a força. Amanhã pode ser tarde demais.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Quase temporal
As folhas subtis
afagam suavemente
os dedos engelhados de histórias
nesse outono puído nas árvores
O vento ternurento
mima as vestes que já foram frondosas
mas que perderam as cores
garridas
num delírio caduco da estação
Há um prenúncio de chuva
no perfume que a nuvem
comprime
e as aves…
roçam as asas nos céus
inspirando os frutos
que a tua boca levou
quando se instalou o silêncio
é setembro
que se ergue
na distância de um “quase”
temporal.
Rosa Alentejana Felisbela
(foto da net)
terça-feira, 6 de setembro de 2016
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Sabedoria
Conheces as manhas
que a língua envolve
e o tom correto
de cada fala
Sabes de cor a cor
humana e pintas
o quadro conveniente
com cada pincel
Secundarizas a dor
e eternizas o amor
na mesma linha
que lês a sintonia
Talvez um dia
os passos te coloquem
no mesmo caminho
e o livro se abra
numa página semelhante
e morra a sabedoria…
Rosa Alentejana Felisbela
domingo, 4 de setembro de 2016
Uva
A esperança
convoca o verde
numa folha
o orvalho
nos meus olhos
ver-te
seiva do caule
que preservo
uma orgia
de frutos
em cada galho
Rosa Alentejana Felisbela
Douro
Porto – Passeio de barco no Douro – 03 de agosto de 2016
Namora-me amor o olhar
da beira da tua Alfândega
e dispõe o teu desejar
nas amarras da vontade cândida
Abraça-me a proa emproada
e não te importes de salpicar
o convés da minha amurada
quando me vieres beijar
Enlaça-me com o teu cheiro
a gaivotas e peixe maduro
nas redes do marinheiro
com faces d’um sol já escuro
Encontra-me amor no mar
já que de terra vieste
e sente o gosto de amar
no filho que concebeste
Rosa Alentejana Felisbela
Namora-me amor o olhar
da beira da tua Alfândega
e dispõe o teu desejar
nas amarras da vontade cândida
Abraça-me a proa emproada
e não te importes de salpicar
o convés da minha amurada
quando me vieres beijar
Enlaça-me com o teu cheiro
a gaivotas e peixe maduro
nas redes do marinheiro
com faces d’um sol já escuro
Encontra-me amor no mar
já que de terra vieste
e sente o gosto de amar
no filho que concebeste
Rosa Alentejana Felisbela
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Porto – Jardins do Palácio de Cristal – 03 de agosto de 2016
Espreito pela porta redonda
mirando as flores frescas
da manhã
E em cada estação antevejo
a delicadeza das mãos
segurando a sorte dos seios
e lábios cor de romã
Sopra a brisa mansa nas folhas.
Galho a galho voam os pássaros
e os cantantes chilreios
guiam-me os passos
A abóbada transborda
de vigor e gratidão
e em cada pedra descalça
revejo a perdição
Murmuram fontes o teu nome
aberto ao miradouro suspenso
e eu naufrago o meu olhar
no teu rio de silêncio
E fecho a porta forjada
de enlaces da hera das horas
e com um brilho nos olhos
das pétalas que perdi
digo às árvores:
- Quem me dera…saber de ti,
agora!
Rosa Alentejana Felisbela
Tempo
Caindo o que sinto
na folha perdida
levada p’lo vento
vai no vento alado
a folha rasgada
meu tempo perdido
Rosa Alentejana Felisbela
Internet
Ligações pousadas nos fios
migram por caminhos
nunca imaginados.
Na imaginação
pousam ligações
que levam fios alados.
Rosa Alentejana Felisbela
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