segunda-feira, 11 de maio de 2020

Amor azul


Como criança serena, aguardo que as tranças ondulem ao vento, para que as faces da cor das pétalas acalmem o seu rubor. Tenho um casulo de borboletas no coração, batendo asas, vibrando, sabendo. Nas mãos crescem-me poemas em forma de coração, e deixo-os partir como barcos de papel, navegando sobre as águas. Tenho rios de palavras caladas na garganta, à espera que chegue o teu mar. Sei o teu estio. Sei o pássaro do teu olhar, voando para me ver. Conheço o calor do ninho do teu peito, pronto para me receber. E quando chegas, as palavras esquecem-se de sair para a foz, as faces alegram-se num brilho ardente, as borboletas voam em torno da tua luz e eu…e tu…num abraço silente caímos no amor azul.

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
11/05/2020

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