quarta-feira, 7 de julho de 2021

História que não quis terminar Ela escreve na memória A história que foi nossa Não importa se é prosa Ou quintilha já antiga Se é poema ou cantiga Ela sabe-a de cor Conhece-lhe por dentro O eterno sentimento Que viveram num raio de luz Um risco no firmamento Uma pedra rolando Uma rosa em contraluz Ela escreve a desventura Dá-lhe um cunho pessoal Transforma a doce ternura Num escuro abissal Tal como toda a história Que se conta, é natural Desconhece o que os levou Àquele banco de jardim Quando o sol anunciou: - É tempo de chegar ao fim, De esta história terminar Mas a história perdura naquele lugar Cada abraço, cada beijo Contado por ela o desejo Não faz jus àquele lugar Só eles sabem quão fracos Se sentiram nos braços do seu amar Até hoje vive a história, que não quis terminar Felisbela Baião (Rosa Alentejana)