terça-feira, 29 de abril de 2014

Rio do leito dos braços teus



Eu sou parte do rio
que nunca amanhece igual
se hoje rio como a nascente
amanhã posso ser cascata
mergulhada em temporal

Se hoje sou água mansa
lambendo as mágoas da margem
amanhã posso ser espuma
inquieta na minha voragem

Sou parte das águas frias
mergulhadas na corrente
da vida, agitadas,
num caudal cadente

Mas sou parte da água,
aquela aquecida pelo sol,
derramado em tons de girassol
que a seu ritmo apazigua…

Apenas sei que sou serena
no rio da minha complexidade,
dia frio ou noite amena,
dependendo da minha vontade
e do leito dos braços teus!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Mais vale o sabor a prosas


Hoje acordei com um gosto metálico a endurecer-me as ideias já gastas de tantos agostos quentes e secos da penúria abrupta e farta. Nem o cheiro do sol, pleno de fúria, me serenou os soluços vindos das entranhas…essas que tu estranhas!

Soltou-se a raiva que tinha presa nas pontas dos dedos e olhei mais uma vez para o beijo que ficou por dar na noite anterior, mas vi que continuava a sobrar-me tempo num espaço constrangedor.

Fiz a higiene aos pontos finais, coloquei os pontos de exclamação no estendal mas, pelo sim, pelo não, guardei algumas vírgulas na gaveta, para não dar-se o caso de me apanhares desprevenida.

Quando já ia para sair, verifiquei que tinha letras a mais nas palmas das mãos e palavras a menos gravadas nos ouvidos e resolvi a situação com uma música leve e alegre.

Subi a rua com a rotina presa às costas e tentei ignorar a esperança no bolso de trás…

Eram exatamente horas de enfrentar o rosto cansado e a pele envelhecida do dia, quando fui assaltada pela luz azulada dos palácios encantados das tuas retinas!

Baralharam-se as estações e fugiram-me as cores do giz, sílaba a sílaba, empalidecendo-me o coração. Escapou-se um “bom dia” levado pela brisa numa folha esverdeada, resquícios do longo inverno…

Sem promessas! Cataloguei mais este sabor a pouco com o rótulo da incerteza e transferi o preço a pagar com frases melosas…mais vale o sabor a prosas!

Rosa Alentejana
28/04/2014
(imagem da net)

domingo, 27 de abril de 2014

Momento feliz


Estou suspensa num momento
Específico
Perdida no tempo da lógica
Insana
Nos meus lábios surge um lamento
Místico
Errante como luz analógica
Espartana
Perplexa vejo os olhos do tempo
Escasso
Quebro regras indestrutíveis,
Quebranto
Vingo a dor viva do tormento
Crasso
Com as palavras credíveis de
Encanto

Rosa Alentejana

sábado, 26 de abril de 2014

Fascínio


Amor,dos olhos caídos ao chão
P’lo embaraçado em borboletas,
Floresce-me a alma e o coração
Nas trovas que, doce, encetas

Ai meu amor, quanta dessa ilusão
Fica guardada nessas tuas gavetas
Pois, ao mostrares-me uma porção
Outras as reclamam, também certas

Que é só delas a semente semeada
Nos versos que escreves com primor
Que é só delas a maviosa madrugada
Que pintas como se fosses um pintor

Ah! Poeta da alma triste e rasgada
Que da solidão fazes o teu cobertor
Deixa-me secar-te a face molhada
E ofertar-te este meu cálice redentor

Amor, ai amor, ao longe vês as borboletas
Voando ao vento vago que se quer suão?
São as minhas palavras, de amor abertas,
Como rosas desabrochando em botão

Contempla o meu jardim para ti criado
Em poemas e frases intensas de rimas
E deixa-me colher-te, cravo perfumado
Pois, é com a tua arte me fascinas!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Tua “domus”



Sou-te horizonte
aconchegado
de luz quente
em mornos braços

Sou-te madrugada
mansa
em boca madura
de fruta desfolhada

Sou-te noite
mistificada a beijos
imprudentes
e sem mesuras

Sou-te razão
em ténues tons
aprisionados na abrasão
dos nossos passos

Sou-te rosa
bordada nos dias
de pano cru da cor da prosa
que borbulha em sinestesias

Sou-te alameda
debruada a rosmaninho
perfumada a flor-de-laranjeira
e lá no cimo, sou-te ninho…

Sou-te o rosto iluminado
da casa que te recebe
neste corpo alado
que te mata a sede

E sou-te alma em verso
num poema articulado
no silêncio do olhar
do meu inverso

É aí que me revelo
e me perco no desvelo
de te esperar
sempre!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sinto saudades...

Sinto saudades do teu sorriso
Manso, lindo, doce e garboso
Como aquele fruto saboroso
Roubado pela Eva, do Paraíso.

Sinto saudades do vocabulário
Ofertado nas frases mais belas
Tão meigo que o meu imaginário
Fica criando flores às janelas...

Sinto saudades dos carinhos, dos afagos,
Do tempo que passou sem nunca passar
Do sabor a morangos roubados
Das palavras que ficava a saborear

Sinto, sim, saudades das delícias
Escritas nos braços da madrugada
E das maravilhosas carícias
Vindas da tua mão apaixonada.

Sinto a mansidão dos teus lábios
Roçando a minha face carmesim
Juntos um dia, em beijos imaginários
Matando a saudade que trago em mim!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

Ardente destino


Tens na pele o mar
dentro
e na boca
o meu epicentro

maremoto frágil
a vaguear
no gosto
a gosto teu

Mar revolto
onde mareio
no sentido
envolto

cheiro

a pele trigueira
arrepia
astro
lábio
cegueira

Trigo sem joio
no mar sem sal
amar
trigal

no olhar
da seara
faísca rara

na pele
do mar
murmúrio
a bom porto
amarar

Inflamas-me a mente
de trigo
e eu germino
contigo

Colhes-me
semente
e floresço
ardente

Destino…

Rosa Alentejana
22/04/2014
(imagem da net)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Querer


Envolve-me no manto
quente
das nuvens dos teus
abraços
e sente
a luz da lua no meu corpo
carente
dos teus afagos…

Protege a minha pele
da brisa
provocada pela estrela cadente
que ao teu toque
se eterniza
espontaneamente
no enlevo
do enfoque dado
pelas tuas palavras…

Murmura-me o hálito
cálido
e insinuante
ao ouvido
silenciosamente,
porque apenas preciso
desses olhos
para alegrar o sorriso
indecente…

Amarra-me ao cais
do fogo na pele
para que os ais
se rendam
na vontade
que me invade
quando a tua boca
me prende!

Navega-me no barco
da sorte
à deriva do destino
porque o meu norte
está embrenhado
no desalinho
das tuas mãos!

E apenas nos restam
as constelações
movidas a luar
inscritas no céu
do nosso olhar
sem razões
mas
certas
de querer
ficar!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

sábado, 19 de abril de 2014

Babel do meu entardecer


Vivo na Torre de Babel
tão perto do céu das tuas palavras,
delírios da cor dos lírios
nas nascentes de nuvens
que desbravas…

Porta aberta por onde espreito
os sonhos de papel
que penetram docemente
o meu leito,
num aconchego
coberto daquele sabor,
típico das tuas frases,
mel de beijo usurpador
que me fascina
nos poemas que fazes!

Envolves-me o corpo esguio
na pálida face da lua,
e eu,
embevecida,
reclino-me
na inércia dessa beleza
nua,
despojada de subtileza,
pois o desejo é lençol de sol
aceso e eu compactuo
com esse enlevo!

Vivo tão perto
desse céu aberto,
desse beijo deserto,
feito de um ato tão natural
e concreto
que me dilacera,
porque é vontade feita de espera
num apelo sem polpa dos dedos…
que nem vejo que me queimo
no pecado tornado dia,
quando me esqueço das horas
e me surpreendo na ousadia
da ilusão
captada no retrato
que me cai das mãos,
sonolentas,
num sonho onde vagueio
em nuvens vagarosas
na torre do entardecer.

Rosa Alentejana
19/04/2014
(imagem da net)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Âncora


Inspira-me o cheiro do mar
na confiança pardacenta do dia

Ah! esse poema que sinto ondulando
nas ondas dos verbos, em acrobacia,
percorrendo a linha do horizonte
numa lembrança incandescente,
por força da alegoria
onde o teu olhar é explosão de amor,
embatendo nas rochas
que formam o abismo
do meu pensamento…

O coração fica flutuando,
como barco perdido,
nas boas-vindas da minha praia,
aguardando que as palavras
de luar envolvido vão amarar
ao desejo dessa tua baía de verde faia

E sinto-me farol com braços de luz
traçando o caminho dos teus braços,
dobrando o cabo da boa esperança
deste lençol de mar com todo o carinho,
esperando ouvir o marulhar dos teus passos,
neste leito de algas ancorado ao por do sol
do miradouro solitário,
onde florescem as cores rosadas deste fado,
escrito em vagas de sargaços
em tons de fogo e ouro!

Embarca pois, pronto para o meu navegar
na caravela dos sonhos
onde um dia me deixei abalroar
e segue o sul do ponto marcado pelas minhas mãos,
vogando elas como velas, rimando, remando
como a brisa ao ritmo do teu nome,
âncora enlevada que me consome…
e me faz sonhar!

Rosa Alentejana
16/04/2104
(imagem da net)

terça-feira, 15 de abril de 2014

Povo errante


Contam-me as cores do mar
Dos naufrágios dos marinheiros
Presos às redes do amar
Nas proas dos barcos sobranceiros
Onde as quilhas sussurrantes
Em delírios de amantes
Cortavam errantes as águas
E cobravam aos mundos as mágoas…
Apenas guiados pelas estrelas
Das sereias devassas e risonhas
Murmurando ao ouvido das belas
Moçoilas, em golfadas de ar estranhas
Quimeras mentirosas
Plenas de sortilégios peregrinos
Pétalas de sonhos e rosas
Parecendo autênticos…meninos!
Que a sorte é madrasta e trouxe
Estes homens de músculo e rubor
Pelo esforço, ao porto ancorado…
E lágrimas de puro amor
E beijos de algodão doce
Na tristeza do fado ensaiado!
E cansados de navegar
Além-tejo e mar distante
Trouxeram nas mãos um Império invulgar
A melancolia de um povo errante!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Dança do coração


Acordas-me este corpo no calor abrasador do sol
A que votaste cada sinapse do meu pensamento
Pendem-me as mãos, cai-me o pudor, sem lamento
No leve langor, quente como um escaldante arrebol

Misturo a tua vontade com um beijo ternurento
Que se solta da boca, na suavidade de um lençol
Tão branco como cetim, em campo de girassol
Que balança qual seara ao sabor do seu vento

Acordas-me agora no mistério da parca penumbra
A que, leiga me entrego na plena e doce satisfação
De me sentir cativa da tua alma, sensual sombra

Na lascívia da noite, neste leito sem dó, sem perdão!
Não importa o ritmo da dança que cada nota descubra
Se a música dos corpos for tocada, una, pelo nosso coração!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Pegadas


Ouço as pegadas na areia do tempo
e sei que são as tuas,
embora delas
não tenha qualquer conhecimento.

Sinto-as nas fases perversas das luas,
enquanto a vida vai passando
pelas estações rumo a destino nenhum…

Enquanto dos meus lábios vais provando
o sabor exótico e incomum
do beijo desejado,
do sabor abafado e do suor inventado
no olhar anatómico das minhas mãos…

Mas, mesmo o perfume se esvai
quando a miragem se evapora
no frio da noite intransigente,
pois a ilusão é fogo fátuo que cai
no poço fundo do agora
e onde mergulha e se enlaça
na sorte do sol que passa lá fora,
sem um único olhar sobre o ombro!

Bebo a morfina das lágrimas
oferecidas por Morpheu,
nesta cama de escombros macabros
e aliciantes,
pois mais vale o sono eterno
à vontade dilacerante
que me atira para o inferno!

Ainda assim,
rompo e rasgo o meu destino,
indo ao encontro das tuas pegadas,
erguendo o olhar cristalino
para a esperança
que me impele para a estrada
onde imagino
o nascer de uma nova alvorada.

Rosa Alentejana
(imagem da net)

terça-feira, 8 de abril de 2014

Cativa


Tenho o desejo adormecido
na folhagem costumeira
das azinheiras solitárias
envoltas no tempo quente
e seco desta terra rasa
e endurecida.

Foi o vento suão, embevecido
pelos segredos murmurados
aos ouvidos
que me talhou o caule
e me recortou em rajadas
as fantasias forjadas
em brasa nas feridas
das raízes enterradas.

Foram as chuvas de março
que me moldaram os pensamentos
e derramaram os lamentos
sobre o regaço
e sublimaram as noites frias
num gelo negro
a cada passo,
quando a força me fugia.

Mas...
caem-me as flores
de numerosas primaveras,
sempre que o roçar de um beijo
encara os olhos do sonho,
e sob a carícia dos teus dedos
acordo do desejo
onde a distância impera!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Fénix


Acendes-me o brilho
a cada palavra na pele,
na boca, no rosto,
e cintilo no verso
que me impele
rumo ao teu porto
onde me recosto
entregue ao marear
que tanto gosto!

E vibro inteira,
num murmúrio salivante,
mergulhado na cegueira
do desejo extasiante
percorrendo os sentidos trôpegos,
numa paixão errante
a que me entrego e sou presa
e navego a cada instante!

E renasço brisa
em chama lenta
no meio desse mar
que me suaviza
e afasta a tormenta
da distância num vagar
próprio de quem espera
o momento único,
sem pressa,
próprio da quimera
no local idílico
de quem começa
sem receio de terminar…

Rosa Alentejana
(imagem da net)

domingo, 6 de abril de 2014

Rei-mor



Jorram-me palavras da fonte
onde te ergo Rei-mor
do meu amado amor

meu

reino de cor rubi
a montante
de mim...

Desaguo-as na tua boca,
doca do desejo
em capicua,
sorte em margem
do meu corpo
de lua
contornado
pelo teu
prazer…

São enchentes de loucura
pungentes de gemidos
sufocados

de gritos
que não têm cura,
apenas
brandura
no tato
de tanto te entender

Pendem das mãos
inertes, cansadas
e felizes
cascatas de carícias

e acolho as palavras
que dizes

agora
tuas

no caos
do verbo
que recolho e visto
na hora...

Rosa Alentejana
(imagem da net)

Silêncio e ninguém


Deito-me no silêncio
Porque é ele que me mata…

É disso que se trata:
De um mar inquieto
Onde quieta navego
Sem esperança…no vazio
Da espera…

Não quero ficar em terra…
Prefiro o mar salgado
De um futuro adiado
Porque o rumo me desespera
No silêncio que ficou nos bolsos
Vazios

E os Lobos indiferentes
Apenas querem alimentos
Das entranhas das gentes
Adiando a alegria
Essa…perdida no silêncio
Da monotonia
Dia após dia…

Não quero…não quero a terra
Estéril de ilusão sonhada
Seca da doçura de antigamente
Prefiro o mar…

E este silêncio de rejeitar
Por ninguém querer acordar…

Quem? Quem me dá a mão
E devolve a ilusão?
Não ouço nada…
Apenas o silêncio a doer!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

Barragem de sentimentos


Tenho o olhar preso na barragem
dos sentimentos,
adormecida no duvidar,
embora desperta como voragem
do desejo que mal consigo ocultar...

É nela que te sonho
e hei de encontrar,
no espaço em que o meu reflexo
se deitará na cama do teu, e eu...
por fim, conseguirei inundar
a tua visão, o teu tato e o teu paladar,
numa torrente
leda, legítima, lúbrica
e lenta...

Ao som da sinfonia
própria da saudade
que aos poucos morrerá
numa sintonia suave
de acordo com o acorde
único
que a ambos nos envolverá
como água repleta de beijos
pelos corpos a escorrer...

Tenho aqui o meu olhar
guardado na inocência de um dia
te explicar
quantos oceanos estão presos
na alegria
de os soltar e em ti
verter...

Rosa Alentejana
(imagem da net)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Poesia por nascer


Neste dedilhar pleno de malícia caduca,
nos versos ensonados do dia,
liberto as mágoas encarquilhadas
dos vícios
e pouso um beijo na tua nuca
poesia…

Fustigada pela maresia em sonetos
procuro o manto da lua
para me abraçar
em estrelas de quebranto
e render-me à ousadia
onde mergulho
por te querer tanto
e ser apenas…tua!

E sempre me quedo nas reticências
numa dolência constrangida,
marcada a ferros por pontos
numa letra arredia e, por vezes,
foragida…

Sinto-me romance tosco,
por escrever,
entre vírgulas soltas, perdidas,
em frases rabiscadas
de relance
num ato de amor
ainda por nascer!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O cálice da tentação


Enquanto a chuva cai, subtil
em arrufos desnorteados
com o vento febril,
ampliam-se os lagos
deste nosso (a)mar…

Deixa-me escrever-te nas mãos
os verbos nascentes do meu desejo,
enquanto os lábios
de sofreguidão, dormentes,
tremem sílabas numa vontade
que sinto e vejo…

Marca-me o teu sabor na derme
enquanto o sonho do olhar
se espalha e o sangue ferve
ao ritmo fraco
do suspirar...

Enquanto a tarde se esvai de mansinho
pelos dedos ávidos de tempo,
sinto o sopro do vento
que me segreda baixinho
como é tolo este meu lamento…

Porque é minha a chuva das tuas carícias
e também cada gota da tua atenção,
e são belas as nossas fragrâncias
soltas ao vento, sempre que partilhamos
o cálice da tentação!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

terça-feira, 1 de abril de 2014

Amor


São os lençóis feitos
com as folhas brancas
daqueles poemas
que cobrem o meu corpo
nu de palavras,
como sóis alados,
cobrindo candidamente os temas
que dos meus dedos surgem
no tracejado feito
nesse doar sem jeito
com as minhas penas…


Magias encobertas no nevoeiro
de letras minúsculas,
que em burburinho,
murmuram a distância
e aconchegam o carinho,
submerso na dança imberbe
do meu destino!


Sou eu o foco iluminado
na escrivaninha solitária
do anoitecer,
destilando rimas,
num revolver sereno e secreto,
quando a vida é tudo…no nada que eu quero
um dia entender!


Amo-te…e nesse amor te escrevo
e a mim me inscrevo
nesta roleta russa de fervor
do que tenho e é tanto…amor
por dizer,
amor por fazer!

Rosa Alentejana
(imagem da net)