sexta-feira, 24 de abril de 2020

altar da minha ruína


Sou leiga lição de vida? Ou sou lauta alusão da morte? Sou poeta adorada em vírgula, ou sou poema vestido de torto corte? Sinto o cheiro do papel amarelado do tempo em cada fraco verso florido no coração. Sinto a tinta escorrendo da pena, sobre o lume secreto da minha mão. Namoro a luz do lustre da sala, mas os meus olhos iludem-se na fraude que fumega a cinza dos meus pensamentos. Não há fingimento que me cale, perante o azar da minha sorte que é o altar da minha ruína.

Rosa Alentejana Felisbela

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