sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Tempo de outono
Neste outubro
caiado e duro
que jorra ao fundo
do muro…
dobra-se o tojo do orgulho
em sombras secas
de saudades
sobem heras
de demoras
e trepadeiras
equivocadas
na brandura das manhãs
e os lírios enroscados
choram sobre a doçura
por um futuro orvalhado
para as romãs
e nem os ouriços
se esforçam
pela queda dos fatos
numa certeza temporã
existem frutos
amendoados
nos olhos tristes
e cansados
no mosto da sorte órfã
e não há vinho mais puro
que aquele que é bebido
dos lábios maturos
de um amor sincero
mas se o outono se esconde
como pode o verão sair
e a frescura voltar
a confluir para o rio?
Rosa Alentejana Felisbela
12/10/2017
(imagem da net)
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