quarta-feira, 25 de outubro de 2017
A ti Poesia
Há um clamor
de palavras vazias
em torrente
digito a tinta
sei-a de cor
e o papel chora
vilanias em pedra
em seixos lisos
feitos de esperas
sempre a chegar
como rios rebeldes
abertos
de par em par
e a soma de todas
as letras
são poemas pobres
podres da seca
onde me vou debruçar
retomo a margem
e segredo o segredo
que a ninguém vou revelar:
- amo-te num tom rosado
safado e peculiar
mas a água arruma
o que o rumo toma
e nada altera
Todos choram algum dia
toda a pedra desaparece
todo o rio corre
até chegar à Foz
e desaguar
E as palavras?
São rios, são pedras
são silêncios e vícios
crescendo nas margens
da memória
sem lugar
Rosa Alentejana Felisbela
25/10/2017
(imagem da net)
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