quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Procuras
Julgas conhecer
todo o meu vocabulário
e que já não há palavra
para demover o teu silêncio
mas acredita que cada verso
polido e arbitrário
confere ao meu discurso
a fluência
que têm as lágrimas obscuras
e que a sombra
produzida pelo verbo aceso
é alternativa clara
que sustenta a cal pura
do muro aberto aos dedos
de quem se revê na ternura
e a brisa espalha sílabas
de pedras lisas que se empilham
num equilíbrio de pontes
de palavras futuras
deixo-as cair
sobre a página regularmente
num baile anunciando
a inocência do rodopio
do rio que procuras
Rosa Alentejana Felisbela
15/11/2017
(imagem da net)
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