sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Chuva
Encontro-te no lugar
de sempre
é final de dia
e o horizonte irrompe
no seu latejar
de nostalgia
ali está o mar de sementes
cansadas de tanta sede
na sua palidez
desmesurada
atraca novamente
a saudade no porto
que esconde o teu nome
e as amarras
de arame farpado
ferem o barro esgotado
das minhas mãos
vejo cair o crepúsculo
numa folha de outono
e uma papoila morre
sem conhecer o teu rosto
parte novamente uma cegonha
carregada de beijos meus
quem sabe se um dia
chegará ao destino?
quem sabe se as nuvens
se emocionam com o perfume
das minhas lágrimas?
Rosa Alentejana Felisbela
17/11/2017
(imagem da net)
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