quarta-feira, 22 de julho de 2020

Sobre a cama


Nessa casa de luz azul mourisca
Desaguámos num abraço embrenhados
Corpos ajustados, uma faísca
Para a perdição do fogo talhados

Juntos num ciciar d’ alma aninhados
A boca carnuda, muda e arisca
Coxas, beijos, os cabelos molhados
Cinturas que dançam como Odalisca

Acordámos os lençóis da vergonha
Espiámo-nos no espelho invisível
Quebrando aquele desejo impossível

Ambos sabemos que é inadmissível
Olharmo-nos sem que a vontade exponha
E o amor a tudo se sobreponha

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
(imagem da net)

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