sexta-feira, 17 de julho de 2020

De noite


De noite sei que caio
No labirinto das minhas entranhas
Solto a fera mansa da amargura
Percorro o fio da navalha
Com pés descalços
E vou soletrando mantras
Para, alucinada, acordar nos braços
De Baco, terminando a dor ruiva
Dos pesadelos
Habituei-me à toada das chamas
Que me ardem sem ti
E às letras cravadas nas teclas
Só não me habituo às noites
Em que caio

Rosa Alentejana (Felisbela Baião)

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