sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
Sonho de mar
Arrepiadas de saudade
cantam as águas
perante a voz do pássaro
esguio, escondido nas folhas
cintilantes das oliveiras
Perdida nos passos
suspiro pelo sol e penas
a voar, sem norte
num céu itinerante,
cigano sem medo da morte
No bolso um lápis
de escrever palavras tristes
e uma borracha
de apagar fragilidades
Aliso a folha amarfanhada
pelo tempo e reescrevo
a canção de me lançar
nos teus braços, quentes
Sou salto do peixe
que respira um segundo
fora da água do teu corpo
ansiando pelo sorriso profundo
Já não sei se amo o gesto
cansado de tanto chorar
ou o som do chilreio
que me faz encantar
Pesa-me o cinzento
das chamas apagadas
da fogueira errante
No peito vagueiam
recordações singelas
e abrem-se as janelas
de par em par
Quero o cheiro
Quero a brisa
Quero olhos nos olhos
Acordar no sonho
De mar que se eterniza
Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
13/03/2020
(imagem da net)
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