quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020
Inocente
Hoje dói-me o silêncio
e este gigantesco vazio
que me tolda, que me arrasta
e me verga no frio
Hoje as nuvens cinzentas
correm lentas, vagarosas
sobre campos, sobre estradas
como mantas pesarosas
Hoje as oliveiras paradas
olham-me cobertas de tristeza
sabendo que a miragem
sobre as águas é uma certeza
Também as ervas que crescem
na sua pressa, lentamente,
me fitam num desfolhar,
a chorar pelo sol ausente
Hoje abri os braços
à brisa vinda do poente
senti aquele abraço
de regresso inocente
Rosa Alentejana (Felisbela Baião)
13/02/2020
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário