sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Sarcasmo?


Conheces a cor da desilusão? O sarcasmo inerente à falta de humanidade? Sabes quantas folhas tem a árvore da vida e de como depende de ti para verdejar? Não desejo a maldade na fonte de água, porque até eu teria sede. Mas a solidariedade, tal como o copo de água, não se nega a ninguém. Descansa na almofada todas as noites. Dorme o sono dos justos. Não queiras saber da dor alheia. Por vezes, sinto vergonha alheia. Ela cega-me. Talvez seja o amor a pregar-me o sermão do “bem te disse para não voltares a acreditar na flor da madrugada”. Ou talvez seja a mágoa a colocar-me sílabas roucas na garganta. Quem sabe se esta noite adormeço sem a pílula do descanso? Sinto-me firme, como o sobreiro, mas a minha raiz está amaldiçoada. Terá sido o feitiço do quebranto ou o simples acaso? Não sei dizer. Só quero o abraço humano de quem me sabe. E tu sabes-me muito bem!

Rosa Alentejana Felisbela
03/08/2018

Sem comentários:

Enviar um comentário