quarta-feira, 15 de junho de 2016
Invicta brisa fria
De janela aberta ao vento norte,
percorre-me uma invicta brisa fria
a pele…convite declinado
de uma emoção
que range
nas junções das portadas.
O sol incendeia os campos
neste “por de mar”
entre os vales
tristes e sós… enquanto
as nuvens escuras
se aproximam
do temporal
das minhas têmporas…
Fecho os olhos e afago-te
a mão invisível:
“Não te preocupes,
há de haver um novo sorriso,
um novo amor à poesia!”
Mas as letras não se conjugam
e a história mareia
na seara
que o verão morreu.
O silêncio entranha-se
como foice obrigatória
de um refrão
que perfura durante horas
as espigas d’oiro.
E brotam poemas nas pétalas
acriançadas
das papoilas
navegando-me
e naufragando-me
na boca.
Fui tão pouca praia
para tão grande oceano…
que transformei os grãos de areia
no rochedo do Adamastor.
Agora posso agigantar todo o meu amor.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
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