sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Acordas-me


Às vezes apetece-me escrever-te desde a ponta mais sagrada dos meus dedos. Desfio cada fragmento de memórias e escrevo. Descrevo os suspiros entre as dermes, o rubor das faces afogueadas, o olhar penetrando as sinceridades e os dedos cruzados sobre os pensamentos mágicos do amor. Toda uma pintura de Klimt entre as nossas mãos. Recordas-te? O beijo eternizado no jardim aberto dos nossos peitos e o som crescente dos pássaros a roçar a orgia dos sentimentos abertos de par em par. E eu poetizando os nossos risos. E tu a quebrares as taças da alegria ao por do sol. Um momento feito de açúcar e canela na expectativa de um luar. Quando a lua sobe o monte despindo o véu do nevoeiro, reconhecemo-nos. Somos almas puras na constelação do porvir. Abre-se o sonho em mais uma noite de fascínio: aguardo que me venhas acordar na tua voz de desejo.

Rosa Alentejana Felisbela
30/11/2018
(imagem da net)

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