segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sorriso nu


Na tua ausência subalimentam-se
as letras e os poemas emigram
para paragens mais amenas,
já o suspiro,
é dor em papel nu

Ficam as vogais desidratadas
e no fio balançam em desequilíbrio
batem asas indomadas
e não encontram
o livre-arbítrio

Tentam pousar na tentação
ou no delírio ensimesmado de sol
mas a canícula sulca a pele
e do papel fazem lençol

O delito esboroa-se no branco
enquanto o negro toma conta do borrão
castrado, insone e franco
da tristeza no coração

Porém, existe um nome
embutido a letras douradas
nas minhas mãos e essa fome
faz bombear sílabas aladas
ao pensamento…e sorrio!

22/06/2015
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário