sexta-feira, 26 de junho de 2015

Ancorados


Além do Tejo amarelo de girassol
Amadurecem-me versos na boca
Molhada como peixe preso ao anzol
Marulhando na secura tão louca
Orvalhada pela luz da manhã
Onde me beijaste pela primeira vez
Tão doce e ternamente como maçã
Trincada no meio do paraíso
Em baixo da árvore da perdição
Enquanto o sol magoava o viço
Mesclado de vida na raiz do coração
Mas as palavras consomem-me
Em trovas de quadras sem rima
Enquanto a tua ausência dorme
Um sono de amor que me mima
Um instante num tempo sagrado
Motivado pela nossa ternura
Mostrando que o futuro açucarado
Ainda pode existir sem amargura
Aniquilando regras e suposições
Num misto de sonho e realidade
Nas mãos generosas das confissões
Unidas em torno de uma saudade
Utópica, já que somos apenas os dois
Enlaçados por este grande amor
E ancorados nessa praia e depois
Levados pela brisa ao sabor
Lascivo e sem arrependimento…ou dor!

23/06/2015
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

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