domingo, 7 de junho de 2015

Cartografia do nosso amor


Vem comigo sentir as folhas quebrarem
Por debaixo dos pés num ritmo frenético
Como quem consome um verão herético
Na pressa de os corpos se encontrarem

Sente o cheiro da terra molhada, poético
Na valsa das palavras antes de se darem
Aos versos nos corpos quentes, a vibrarem
Quando o desejo é um culminar profético

Entrelaça os teus dedos nos meus cabelos
E beija-me as margens no leito da ramagem
Quando os fonemas se tornam supérfluos

E os gemidos se dissipam e surge a coragem
Para o toque sem receio em intensos anelos
Quando mais nada existe, só esta voragem

Rosa Alentejana Felisbela
07/06/2015
(imagem da net)

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