sexta-feira, 12 de junho de 2015

Esse quarto de lua


O assombro
caiu no abismo perfeito
dos nossos olhares
enquanto as mãos
roçaram o destino
despido de preconceitos

E eu precisei do pacto feito
entre o teu e o meu peito
no momento em que caíram
perdidas
as nossas bocas
na caligrafia arriscada
do nosso poema

Pois nada ficou no lugar
da certeza imputada
ao meu ventre
quando se renovou de odores
próprios da primavera
num misto de infusão
com sabor a alegria
e a jardim repleto do teu mel

Houve uma invasão de alma
arranhada pelas tuas palavras
na ponta dos dedos
e soltou-se o gemido
purpura pura
na ternura entre a tua língua
e a minha

Assim…publicaste-me os segredos
em rimas de risos remanescentes
enquanto suavizaste os meus pensamentos
na beira das folhas do livro
que escrevemos
durante o tempo guardado
no quarto de lua
onde nos deitámos
e amor…fizemos.

Rosa Alentejana Felisbela
12/06/2015
(imagem da net)

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