segunda-feira, 15 de junho de 2015

Mito(lógico)


Embrenhei-me no mito lógico do teu amor
e senti a palavra de mel na ponta da língua…

Salivei através da ranhura da fechadura
sem chave para a tua ternura
e avistei a estrada estrelada para o teu coração,
onde cavalgavas nesse corcel branco e brando
de nuvem purificada pelas tuas mãos,
de crina revolta, envolta na nuca cobiçada,
penteada, afagada pelos meus versos…

Ainda a palavra vestia o teu corpo
engalanado de silêncio, folhas de loureiro e desejo nu,
selvagem e arrojado

como anjo que flutua na lua
dos beijos, enamorado,

e já te memorizava verso
em soneto decassilábico
reproduzindo o som das asas
a roçar os teus flancos
descobertos pelos meus olhos

doces, mansos e mágicos

e depositava solenemente a minha palavra
na beira do teu leito de lençóis macios
onde dormias para a poderes sonhar…
sonhar…sonhar…

Rosa Alentejana Felisbela
15/06/2015
(imagem da net)

Sem comentários:

Enviar um comentário