sábado, 27 de setembro de 2014
Habitas-me
Habitas o meu pensamento, na memória que tenho dos dias que passam arrastando o tempo.
Tenho-te na representação lógica das noites, enquanto a tua silhueta simbólica se recorta na lonjura do firmamento.
Recrio-te vezes sem conta na criatividade que descrevo com versos pobres e insalubres, quando perco a precisão aos poucos, e desbravo palavras na selva da saudade.
Já não sei se embalo o caos de forma voluntária, ou se ele cai sobre mim como cascata doentia, primária…sem que eu tenha a chance de emergir e recuperar o fôlego da realidade.
Habitas cada poema que escrevo, em metáforas de emoções arrebatadas, em cada anáfora repetindo-te o meu desejo, em cada comparação exagerada, em cada gradação dos sentimentos…
Fazes dos meus sonhos a tua morada e do meu coração a lareira acesa onde te aconchegas quando já não sobra mais estrada na minha imaginação.
Sou-te agasalho com calor por dentro, e alimento com sabor a ventre saciado…moras-me no meu prazer adiado!
Rosa Alentejana
27/09/2014
(imagem da net)
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