quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Factível


Ainda sinto a dor desta espera
que me cobre os olhos de escuro
ânimo
que me tolhe as vontades
e que se torna rainha
e impera
sobre todos os sentidos
que lês nas entrelinhas
do que escrevo,
nas palavras ímpias
onde ardo e me queimo
sem saberes, conhecendo tu
as minhas verdades!

Ainda sinto a dor da espera
que se encosta aos meus ouvidos,
num murmúrio delirante,
gemido de desejo pelo meu corpo
errante
por um resquício de beijo
e de abraço
- esse abraço -
(o tal!)
que tanto quero, um só instante
na tua sombra física,
no perfume do teu hálito
morno…

Sim, ainda sinto a dor da espera
enquanto a chuva
passeia pelos meus olhos
e os sonhos vagueiam
pela ilusão
da morte desta sede
com cheiro a terra molhada,
num logro chamado de “sorte”
quando encontrámos,
tantas vezes, a madrugada…

E agora, enquanto sigo o caminho
da estrela cadente rumo ao teu sorriso,
abrigo-me na visão etérea
do teu rosto virtual
e acompanho o passo lento
para esse local
onde as palavras se transformam
em silêncio
numa ótica convencional!

Rosa Alentejana
(imagem da net)

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