sexta-feira, 13 de junho de 2014
Abismo
Na onda de Ricardo Reis (Fernando Pessoa)
Sinto a corda dos dias
amarrando-me os pulsos,
dilacerando o pescoço das horas,
em doidos impulsos
beliscando a ironia do meu Destino
(esse que não existe)
num tortuoso caminho
(esse por onde partiste)!
Para que quero a glória e a fama
se o meu Fado é viver sem o calor
da tua chama?
Que ciência masoquista é essa
que me mata a vida
cheia de pressa?
Se o barqueiro sombrio
me aguarda impaciente na barca sofrida
com aquele sorriso inclemente?
Grito e afirmo
que o amanhã não existe
e eu apenas…salto para o abismo
do rio
imprudente!
Rosa Alentejana
(imagem da net)
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