terça-feira, 10 de julho de 2018

Para quem entra na minha vida


Nem todos conseguem penetrar na armadura que criamos ao longo da vida. Tornamo-nos mais ou menos impenetráveis às custas de muitas desilusões, de muitos medos, de muitas falhas, mas também de muitas situações boas, de muito carinho, de muito amor. Somos a súmula de tudo o que passámos e da forma como encarámos essas situações. A forma como respondemos diz respeito às aprendizagens feitas, aos erros cometidos e também ao que acertámos. Criamos uma “bolha” e só deixamos entrar quem confiamos. A entrada na nossa “zona de conforto” é a forma de dizermos aos outros que confiamos neles. Que os deixamos aproximar e partilhar da nossa vida. Mas quando essa zona é constantemente violada, arrasada, manipulada e até estilhaçada, deixa de ser o nosso conforto, para ser uma prisão de medo. Não é assim que devemos viver. Partilhar exige uma constante permissão, um amor incondicional pelo ser humano, acreditar demora o seu tempo. Não devemos deixar de acreditar. Não se deixem sentir prisioneiros na bolha da desilusão. Mas cada ser humano deve tentar colocar-se no lugar do outro e tentar perceber o que ele sente, para não colocar “o dedo na ferida” uma e outra vez. Isso magoa. E não faz de nós heróis, apenas meros humanos a quem damos a importância que acharmos conveniente. Se a amizade é importante? Totalmente. Se o amor é importante? Completamente. Saibamos definir as linhas. Só elas nos dão o equilíbrio e a vontade de continuar! Todos os dias aprendemos a viver com os nossos fantasmas, e a ajuda dos que nos são próximos é muito importante. Lembrem-se de ser frontais! Aí reside o segredo.

Rosa Alentejana Felisbela
10/07/2018
(imagem de José Sobral)

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