domingo, 18 de fevereiro de 2018
Manso litoral
Chegou a doçura
nua da manhã
às colinas
do teu corpo
iluminadas
e a pele que te cobre
temporã
é cal feita de nuvem
acidulada
as pálpebras
levemente
quebradas
as pestanas
escuras
sobre as maçãs
são folhas de fogo
apaziguadas
refreando a luminosidade
de afãs
teus pulsos são poentes
caídos
na almofada de nenúfar
do teu lago
esse leito lascivo
de verão
tão dolente
como um ninho de afagos
tua boca pregada
num ponto sensual
em botão
lembra-me o íntimo
jardim
do teu hálito
que me fascina
e me tira
a razão
de repente
e retenho por um instante
a respiração
receando acordar teu sono
com o bombear fatal
do meu sangue fervendo
ansiando
arder de fome
pelo teu quente e manso
litoral
Rosa Alentejana Felisbela
18/02/2018
(imagem da net)
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