quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Perpétua
Os raios solares sobram
e passam pela rede rasgada
enquanto a sombra sucumbe
e dorme no canto calado
da parede caiada
Bebe silêncios na forma curvada
sobre si própria
e a memória, já morna,
escorre pelas lajes carcomidas
e solitárias
Saboreia a ausência de som
num monólogo triste
sabendo que as filigranas,
únicas companheiras,
prostradas nos finos fios
de luz se esvaecem
na transparência que conduz
ao branco exterior
E as mãos encontram finalmente
o frio das grades
ensimesmadas
num desvario cortante
sabendo que o dia acordou
consigo
para mais um banho
de prisão perpétua
em cada verso ou prosa
da sua única
estrada
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
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