quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
Prestes a detonar
Embrenho-me
dama dos meus dramas
na trama dos pensamentos
- castelo das minhas ruínas -
e sinto-me protagonista
de cada instante
- último ato da vida -
escuto a flauta alada
de mão em mão
nos ramos dos cedros
anões
com os ouvidos colados
ao vento - rufia do tambor
que rufa revoltas covardes -
escuto Pan do Demónio
que amua ébrio de vinho
- o esquecimento perfeito
e preferido -
e olho e vejo
a Civilização Canalha
que encaixa a cangalha
dos incêndios florestais
e outros “quetais”
e sinto a luz escondida
p’lo cortinado corrido
em janela de luto
p’la fome e p’los funerais
dispo-me da Impostura
e vomito o raciocínio
macabro, depois abro
o coração à Opinião
Pública
ela que é cega e bruta
abraça-me com a compaixão
do momento
segurando o estalo virtual
Afinal, há um mapa sem estrada
inscrito a bold no meu coração
e chama-se Portugal - meu pai -
a Bomba H
prestes a ser detonada!
Rosa Alentejana Felisbela
18/01/2018
(o Cedro de Lamartine, um tronco de cedro seco esculpido pelo artista plástico Rudy Rahme em 1992 depois da árvore ter sido atingida por um relâmpago)
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