sexta-feira, 28 de abril de 2017
amor ao mar
De que serve o amor
ao perfume do mar
quando a distância nos separa?
Rosa Alentejana Felisbela
ao perfume do mar
quando a distância nos separa?
Rosa Alentejana Felisbela
frio
Definitivamente,
há um frio entranhado
no silêncio que se espalha
pelas veias e a sensação
de incapacidade
perante o rigor de Morfeu...
Rosa Alentejana Felisbela
Reconstrução
Reconstrói as ondas suaves
e envolve as possibilidades
da química salgada na pele.
Deixa que o emaranhado dos cabelos
se perca no tom das marés...
Há todo um ritual em progresso
para a volta do verão.
Rosa Alentejana Felisbela
penhasco
Suturo,
vezes sem conta,
a bruma que se perde
no mar do teu olhar,
mas a rebentação do silêncio
move-me o sorriso
para a beira de penhasco.
Rosa Alentejana Felisbela
vezes sem conta,
a bruma que se perde
no mar do teu olhar,
mas a rebentação do silêncio
move-me o sorriso
para a beira de penhasco.
Rosa Alentejana Felisbela
quinta-feira, 27 de abril de 2017
composição
quarta-feira, 26 de abril de 2017
morrer de saudade
degraus
terça-feira, 25 de abril de 2017
Onde estão os cravos?
Hoje colhi um cravo encarnado
e vesti-me de Liberdade
nesse instante
militante manifestei-me na rua
e vi que estava nua
numa verdade lancinante
ergui o punho qual traço
em céu rendido ao Comandante
mas a voz feita de povo esgotado
não era a mesma amarrada
que outrora se ensaiava
a voz cativa e a voz apoiante
era só eu ,sozinha, que gritava
por um amor amante de agora
e o compromisso combinado
que eu encarava
mais não era que um casamento
de olhar baixo e voz gasta
contrariada, omissa e revoltante
era um País duro
que me enganava
e saía impune, pela Lei falsa
e excruciante
era um jardim
que acarinhava ricas flores e trovas
mas que chacinava pobres cravos
como flores impróprias e farsantes!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
domingo, 23 de abril de 2017
riso cristalino
É no som do teu riso claro,
de água fresca, que me perco
vezes sem conta.
É esta sede saciada
que acaricia os seixos gastos
dessa fonte que me ilumina a boca.
É a surpresa
que me assombra a saliva
e me refresca a alma.
Sabes?
É esse sabor
que me mantém refém do teu saber.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
de água fresca, que me perco
vezes sem conta.
É esta sede saciada
que acaricia os seixos gastos
dessa fonte que me ilumina a boca.
É a surpresa
que me assombra a saliva
e me refresca a alma.
Sabes?
É esse sabor
que me mantém refém do teu saber.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
mais um verso
dia a dia
Abriu-se a manhã bem cedo,
como um riso de criança ainda ensonado.
Depois foram os ténis a cobrar os passos
e os escorregas
a gritarem pelas pregas das calças.
Os baloiços voaram bem alto
e gemeram de alegria.
E foi assim o meu dia,
sem tempo para pensar na fome,
mas matando-a
como uma saudade que explode
no peito a cada hora!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
sábado, 22 de abril de 2017
tanto
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Quem sabe?
Cravei os pregos da desilusão nas mãos
e a coroa dos espinhos da saudade
em torno da cabeça...
Isso não faz de mim Deusa,
mas uma simples pecadora,
à imagem do sofrimento.
Já não existem milagres como antes.
Hoje há só o milagre do tempo
e do espaço que devemos respeitar.
O perdão pode vir
com o valor das atitudes.
Quem sabe?
Rosa Alentejana Felisbela
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Hesitação
Invisível presença
inscrita na parede
Mas o que é a lembrança?
Sente a fome
e a sede?
Será raio de esperança?
Ou só
sombra que se mede?
Será tinta que cai
e sucede
o branco puro?
Ou tosca rede
que fica
e se sente
na pele da mudança?
Quem pode absolver?
Quem se excede?
Quem cede?
E o olhar triste
E o triste render…
Rosa Alentejana Felisbela
(Óleo sobre tela: Woman Lookin Up, de Instván Sándorfi)
Leituras
Quando me leres,
amor,
não leias
apenas que te adoro!
Lê os fantasmas que me assombram
Lê os muros que me envolvem
Lê as estradas vagas e negras
Mas lê também a ternura dos “ais”
que eu entorno
Lê a pauta dos abraços que te embalam
Lê as lacunas abertas nas paredes
e o ranger dos meus lábios
Lê a sina de sermos sábios
e a fome que rói o choro
a corroer
Lê o que digo, mas o que não digo
também
Lê
amor,
lê as ondas do meu mar
de espigas
e as entrelinhas que conheces
como ninguém
Lê
amor,
lê as pegadas na areia
e o decalque
que os meus dedos
deixaram na tua pele
souberam-te bem?
Então lê
e levanta o abismo
que as letras escavam
mesmo que caminhes sobre a água
e o milagre aconteça
Aqui
ou Além!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
quarta-feira, 19 de abril de 2017
pontuação pendente
Inda ontem cruzei aquela ponte
E tropecei na ternura do abraço
Naveguei p’lo Guadiana abaixo
Contornando cada curva e monte
Inda ontem senti o que sente
Quem ama e é ferido p’lo aço
Do longínquo olhar, cabisbaixo
De quem nunca está presente
E embora sabendo que é frágil
A fita que atou o laço negligente
Abri os braços da minha mente
E segui no barco branco, ágil
Levei o verde do sonho dormente
E aguardei a pontuação pendente
Rosa Alentejana Felisbela
terça-feira, 18 de abril de 2017
único
Valoriza-te
Valoriza-te sempre, apesar dos contratempos!
A vida acontece, umas vezes por acaso, outras nem tanto.
Na certeza, porém, que a nossa luz vem de dentro
e nunca dependemos de ninguém!
Sê facilitador do brilho dos outros,
nunca os tentes ensombrar.
Assim, seremos todos melhores :D
Rosa Alentejana Felisbela
domingo, 16 de abril de 2017
quando
Quando eu desaparecer um dia
quando me vestir de vento
e me enfeitar do nevoeiro
que abarca a estrada
recorda o meu sorriso
a minha voz
o meu perfume
o meu beijo
e a saudade
de ser as cores das flores...
as pétalas aladas
quem sabe o pó
polinizador
do amor
mas não terás de mim...mais nada!
Rosa Alentejana Felisbela
pensamento
Apenas um pensamento que me ocorreu:
Todos os dias aparece a luz, embora nem sempre tenhamos vontade de a encarar. Não sei se é força divina, se é fé ou teimosia, mas o certo é que vivemos e devemos respirar o nosso ar. Quantas vezes nos dói a alma, mas não quebramos. Olhamos para os nossos semelhantes e acreditamos que havemos de ser felizes. Não porque há outros em piores circunstâncias, mas porque somos nós a decidir que o seremos. Mas há quem se considere tão importante, que não seja capaz de tratar a todos da mesma forma, e no fundo da sua arrogância só veja o seu umbigo. É desses que sinto pena. É a esses que dou a mão. Porque hoje precisam eles, mas amanhã quem sabe, não serei eu? Ser humilde não é ser capacho de ninguém. O orgulho pode criar abismos entre as pessoas. Eu quero aprender a ser melhor. Ajudem-me.
Rosa Alentejana Felisbela
Jesus
Vesti-Te do linho branco
que tem o dom da pureza
jamais pensei na tristeza
de Te renegar tanto
foi o medo, foi o medo
Ouvi o galo cantar
e o trote dos cavalos
e Teus olhos a chorar
e rejeitei o abalo
foi o medo, foi o medo
manchei minhas mãos
com os espinhos
que coloquei na tua cabeça
choraram os pobrezinhos
Tua mãe sofreu de tristeza
Foi o medo, foi o medo
Coloquei-Te então na Cruz
preguei pregos com o martelo
apagou-se no céu a luz
trovejou em nós um flagelo
tive medo, tive tanto medo
PedisTe o perdão por nós
mesmo antes de morrer
a esperança
não ficou só
viesTe para nos defender
tive medo, tive tanto medo
RessuscitasTe ao terceiro dia
conforme diziam as escrituras
com Tuas mãos milagrosas
devolvendo a harmonia
e a fé
Obrigado Senhor, não tenho mais medo!
Rosa Alentejana Felisbela
sábado, 15 de abril de 2017
quinta-feira, 13 de abril de 2017
brilhar
hipoteticamente
Hipoteticamente
Se tu soubesses
quantas mortes mareiam
as minhas entranhas
quantas pedras de sal
se equilibram na precariedade
real
do fundo dos meus olhos
quantas angústias bravas
trepam pela minha alma
como heras
e me tapam com as folhas
a calma da saudade
se tu soubesses do humor
líquido
plantado pela tua voz
que me incendeia a raiz
da sede
e se estende
desde a minha terra
até à tua foz…
se tu soubesses a cor púrpura
que me assalta a luz
na procissão desta multidão
que me acompanha a nudez…
se tu soubesses (e desejasses)
cobrir-me os pés
com as cores que a primavera evoca…
não seriam necessários rios
nem socalcos
porque o amor brotaria
e só haveria felicidade
nas canções
que não escutas,
nas palavras
que não lês…
Rosa Alentejana Felisbela
13/04/2017
(imagem by Leonid Afremov)
Se tu soubesses
quantas mortes mareiam
as minhas entranhas
quantas pedras de sal
se equilibram na precariedade
real
do fundo dos meus olhos
quantas angústias bravas
trepam pela minha alma
como heras
e me tapam com as folhas
a calma da saudade
se tu soubesses do humor
líquido
plantado pela tua voz
que me incendeia a raiz
da sede
e se estende
desde a minha terra
até à tua foz…
se tu soubesses a cor púrpura
que me assalta a luz
na procissão desta multidão
que me acompanha a nudez…
se tu soubesses (e desejasses)
cobrir-me os pés
com as cores que a primavera evoca…
não seriam necessários rios
nem socalcos
porque o amor brotaria
e só haveria felicidade
nas canções
que não escutas,
nas palavras
que não lês…
Rosa Alentejana Felisbela
13/04/2017
(imagem by Leonid Afremov)
terça-feira, 11 de abril de 2017
segunda-feira, 10 de abril de 2017
metamorfose do muro
emoção
se...
porta aberta
domingo, 9 de abril de 2017
sexta-feira, 7 de abril de 2017
quinta-feira, 6 de abril de 2017
terça-feira, 4 de abril de 2017
momentos
Há alturas em que precisamos colocar o próprio coração nas nuvens, arejar as sensações que nos deixam apreensivos, secar os maus pressentimentos. Por fim, precisamos deixar fluir as boas energias e derramar o que nos faz mal! Assim, podemos inspirar o oxigénio que nos falta! A harmonia.
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
segunda-feira, 3 de abril de 2017
gente de verdade
domingo, 2 de abril de 2017
sábado, 1 de abril de 2017
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