quarta-feira, 1 de março de 2017
poema dobrado em bemol
Queria transpor para o poema
a brisa
- o perfume do mar –
o cheiro da alfazema
e o vicejar
das margaridas
o ronco das paredes partidas
o grito dos telhados
em ruinas
o aperto das redes
e os sussurros dos tapetes
das colinas
o relincho do cavalo
liberto
bem perto da foz da ribeira
a experiência, o embalo
do abraço amado
-devaneio, tonteira -
a ternura do instante, a cadência
- sol girando
devagarinho, qual girassol-
como se cada palavra pudesse
imitar o desejo
e a urgência da natureza
ou o lirismo
lascivo do amor
- atalho, vereda, caminho -
e tudo transparecesse na clareira acesa
de um simples verso alexandrino
dobrado em duplo bemol…
01/03/2017
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
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