segunda-feira, 18 de julho de 2016
Desertor
Meu amor, que ao Alentejo vieste
pousar, na seara, olhos sagrados
contempla os campos magoados
p’ las espigas d’ ouro que trouxeste…
De mãos serenas, semear vieste,
est’ Alentejo de segredos e danos
Observa o peso pesado d’enganos
e estes campos que entristeceste!
Sentiram os cardos cravados na retina da terra,
a secura do vento agreste, mas tão abertos em flor
julgaram, por um momento, ser a sorte divina qu’ encerra
ter teus olhos pousados na íris de tanto amor…
Mas cegos de sede e sombra, nas trincheiras da guerra
com o sol, viram-te partir como infame… desertor!
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Estou lendo e adorando,
ResponderEliminaro seu poema do desertor
estou rindo não chorando
noutro tempo sofredor
no seu povo pensando.
Do Alentejo não desertei,
o serviço militar fui cumprir
saí do Alentejo e voltei,
para ver o seu povo sorrir...
Alentejo lindo Alentejo,
o teu povo foi desprezado
outrora tristemente cantando
agora mais alegre o vejo
não como dantes no campo
ceifando o trigo dourado.
Boa dia menina Rosa,
nesse calor do Alentejo
com a barrem do Alqueva, agora
será que está mais fresco?