sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

"Graal"


Seguro em mim a hipótese académica do verbo surpreso pela reivindicação da proveniência do “se”. Julgo mesmo que a sapiência me reservava há muito o gáudio de algo tão injustificado como isso. Desvendei o mar aberto dos teus planos, como se a tua hipotenusa quisesse apenas fazer parte dos meus catetos, enquanto o reconforto da minha cisma fosse um incomensurável “senão”, dada a lei da gravidade. Foi o teu beijo carregado de oxigénio que permitiu que a minha chama crescesse e cicatrizasse feridas antigas. Foram as tuas atitudes de presença constante que me erigiram o mais alto templo no nosso lar. Agora, seguro a maçã entre as mãos, como “santo graal”, não querendo que apodreça face ao manancial de lagartas sequiosas pela tua polpa. Inspiro e mergulho na profundidade das águas límpidas dos teus olhos, enquanto abro os meus à magia da margem que sempre me espera. Talvez a fotossíntese me ajude a restituir-te ao pomar onde quero recompor-te cada folha, cada nervura, cada raiz fasciculada, para renasceres em flor. Pode ser que o casulo embrenhado no teu abraço não se reconstitua mariposa e a morte não seja um fim, mas um princípio de um ciclo infinito, adocicado. Ah! Como te amo no “continuum” paralelo ao renascer dos dias, onde os “bons-dias” se erguem embrulhados no calor da tua voz quente, sapiente e apaziguadora. Por fim, largo a hipótese académica na certeza de que me curas de qualquer dor, meu sonho suave e sedutor, meu companheiro de uma vida cheia de amor!

Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)

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