quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

E o adeus?


You're the light, you're the night
You're the color of my blood
Segunda-feira é dia da espera
constrangedora do som da palavra
gravada na memória
tão redonda quanto os lábios
conseguem circunscrever – amo-te –

You're the cure, you're the pain
You're the only thing I wanna touch
Never knew that it could mean so much, so much

Terça-feira é dia de espera
uma espera sobressaltada e triste
na medida em que o som
não desce de norte para sul – sobrevivo –

You're the fear, I don't care
Cause I've never been so high

Quarta-feira é dia de espera
remanescente, assente sobre
um escrito que a pedra já gastou
de tanto ser lida – sobrevivo –

Follow me to the dark
Let me take you past our satellites
You can see the world you brought to life, to life

Quinta-feira é dia de espera
desolada sob a sombra das sobras
do dia anterior, forjando a dor
como ferro em brasa
na pele branca, lívida de vida

So love me like you do, lo-lo-love me like you do(…)
Touch me like you do, to-to-touch me like you do
What are you waiting for?

Sexta-feira é dia de recordar o amor
feito do hábito rotineiro às 7 e 45 e a amargura
virtual preenche a manhã,
coloca a mão sobre o ombro
da tarde e acena à noite
um adeus indistinto – sobrevivo –

Fading in, fading out
On the edge of paradise
Every inch of your skin is a holy grail I've got to find
Only you can set my heart on fire, on fire

O sábado já não acorda
com o bom-dia que abarcava toda
a dimensão da casa, como vinho
encorpado, embriagando o corpo do dia – sobrevivo –

Yeah, I'll let you set the pace
Cause I'm not thinking straight

O domingo é um rapto cego
da beira de um café junto ao mar
que já nem respira pela inspiração
de outrem – sobrevivo –

My head spinning around I can't see clear no more
What are you waiting for?

As semanas tornaram-se
num corpo com muitas cabeças
a quem instruíram a azáfama do cuidador,
a quem mais não resta senão
o corrupio diário e a provação escrita
do valor numerário
inerente aos gastos mensais – sobrevivo –

Love me like you do, lo-lo-love me like you do
Love me like you do, lo-lo-love me like you do

Não rezas porque é inútil
essa devoção aos lábios que
redondamente se ausentam nas sílabas
mal pronunciadas do redondo – amei-te –
simulacro dos instantes parcos
em que sobreviveste…

Touch me like you do, to-to-touch me like you do
What are you waiting for?

Rosa Alentejana Felisbela

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