sexta-feira, 13 de março de 2015
Esse poema
Sinto o sabor do sol
nas papilas gustativas
do meu coração.
Tem o aroma acre e doce
do som da tua voz.
Esse poema escrito
no pergaminho rugoso
que me arranha o olhar
sempre que as tuas palavras
se afastam
em pesados passos largos.
Esse poema dissimulado
que me enlouquece as veias
em azuis de saudades e lágrimas.
Esse poema que me ensanguenta
os vasos compostos de flores abertas
como abetos que crescem rumo ao céu,
dando-lhes o tom arroxeado
das neblinas que sufocam
o meu respirar.
Esse poema solitário de tão só,
no meio do nada que é o dia,
ilha deserta ancorada
junto à tua pele.
Esse poema que navega a loucura
de te esperar,
em ondas abissais
no abismo
do absurdo oceano da minha ilusão.
Qualifico esse poema
como marulhar indeciso que me mói
e me emaranha os pensamentos,
que os cobre da areia bronzeada
pela fantasia…
mas transforma a noite em dia.
Rosa Alentejana
12/03/2015
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