domingo, 22 de março de 2015
Do branco às letras de um poema de amor
Cansei-me da tinta colada
ao papel do hábito nestas paredes
brancas e vazias da emoção.
Quero colorir as sombras sentadas
aos cantos do pensamento
com as minhas próprias mãos
manchadas pela tinta do desejo.
Preciso da visão focada no corpo
e desfocada
enquanto te encontras aí,
nessa pose de menino,
a brincar com as ilusões,
a brincar com as flores
da primavera.
Decalco-te a pele no branco
em tons de azuis e chocolate,
mar e terra lentamente,
para não perder um fragmento
das fagulhas que ardem, queres?
Escuta o dedilhar na lira dos beijos
que queimam a vontade
e grava-os na derme
das pontas dos dedos,
assim poderemos ambos escrever
a frase sem pontos finais,
só com reticências…
Enquanto isso, abraças-me
a exclamação
para eu poder escrever
nestas paredes brancas
um poema de amor?
Rosa Alentejana
22/03/2015
(imagem da net)
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