quinta-feira, 17 de julho de 2014
Por enquanto...
Ainda sou eu a personificação
dos beijos que esqueceste
no amor sobre o leito
queimoso, subjugado à inspiração
e no vogar à toa perdeste
o rumo ao barco ardente e perfeito
que ancorara no meu coração...
Ainda sou eu a aliteração
deleitosa do teu prazer
que envolve os teus abraços
na louca e doida ambição
de escutar o som dos teus passos
e aos poucos voltar a viver
como flor a florir
no jardim do amor devasso
com as cores do entardecer
Ainda sinto um crepitar crescente
no ventre da doce palavra
quando a tua língua sente
o fogo que em mim lavra
e fendes-me os meandros ternamente
na polifonia das nossas canções
fogueira brava
germinando labaredas fulgentes
mar imenso de lava….
Mas perco-me instinto sequioso
dormente nos versos orvalhados
pelas lágrimas do negro tenebroso
da ausência cantada nos oráculos
onde se dissipa a letra vadia
das sombras dos sonhos
que apagas
a cada dia
E por enquanto vivo
nas asas da magia de algum lugar
abraçada ao desejo sensitivo
que tenho para te dar…
Rosa Alentejana
(imagem da net)
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