quinta-feira, 17 de agosto de 2017
apenas um pouco de ousadia
quando estás para chegar o desassossego marca pontos nas borboletas do meu ventre como se um caçador atirasse a rede e deixasse sair o ar
é então, que os sonhos brancos sobem as paredes do quarto e fica tudo tão claro
até a janela se enche de palavras pequenas enquanto as cortinas
sussurram saudades
enfeito o chão com pétalas rosas que se abrem como lábios sedentos dos teus passos
uma jarra ajeita as tulipas brancas misturadas com sinceridades ansiando o teu olhar
a colcha de tecido macio do pêssego abre os braços para que o teu corpo, em flor, incendeie o tato
o meu vestido perde-se da pele dourada como abelha procurando os favos de mel da tua boca
e quando a porta se abre deixas a ausência presa no trinco do lado de fora: não incomodar
e tu…entras na minha fome de pão ázimo com a faca afiada num suplício manso investindo p’la noite dentro…
Rosa Alentejana Felisbela
(imagem da net)
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