sábado, 12 de setembro de 2015

Perfume a rosas


Dedilhei o espaço entre as linhas escritas pelos teus dedos quando penetraste a folha de papel num arriscar de tinta e loucura…e suspirei. Por não haver espaço para inspirar o tempo entre uma sílaba e outra, ganhei palavras e despendi-as nesse arrulhar próprio das frases criadas com o propósito escondido, sufocado, do nosso amor. Amarfanhei o compromisso do acordo ortográfico, porque ele já não me basta para te dizer o que sinto. Que se calem os olhares dos poetas. Que os rios de filosofias derretam sobre as ruas das nossas vidas, num confesso medo acolhido pelos nossos corações, de mãos abertas pela generosidade. Saciemos a fome do espírito, em letras inventadas, em refrões banais que nos comovam as almas, de asas leves e soltas, beijando o céu das nossas bocas. Que a promessa da prosa se rasgue numa miríade de pérolas que te ofereço nestas singelas linhas que te escrevo com o perfume das rosas entre os meus dedos…amo-te.

Rosa Alentejana Felisbela
12/09/2015
(imagem da net)

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